quinta-feira, abril 5

O que não é dito


És a pior mulher de todas as mulheres
Crês que é as única que sofre, que geme
Que ama, que chora. A única sempre.
Pensas que teu útero é o divino cálice
Onde correrão todos os bons líquidos
Pois pensas que és a verdade suprema
A vontade de todos os homens, pobre mulher.

Se vês outra beldade feminina aos prantos
Das lágrimas de um porto abandonado
Logo tu se comparas, se antepara às dores
Que a ti são alheias, pois não és mulher pura
Para compartilhar a dor do sacramento
Sentes inveja e não sentes nada
O que não sabes é que não és
O bastante para ser amada,
Pobre mulher ordinária!

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